por Jieli Brito, Mestra em Educação | Educadora Montessori
Poderia facilmente ser uma charada! O que é? O que é? Está sempre em nossas mãos e não tiramos os olhos dele! Sim! O celular! Ele ou qualquer outro equipamento que utilizemos para nos conectar ao mundo tornaram-se uma extensão do nosso corpo.
Não podemos deixar de lado, é claro, todos os benefícios que as tecnologias têm proporcionado a cada um de nós, que vão da medicina à educação, mas há um mundo para além das telas e cada vez mais o deixamos para depois.
E se nós adultos que já experimentamos muito da vida (real!) encontramos dificuldades para nos desconectarmos, imagine as crianças! Para elas, o mundo precisa ser apresentado!
Como adultos, já estamos saturados de tanta informação (e este texto não é diferente!) nos dizendo que devemos deixar as telas de lado e oferecer às nossas crianças experiências reais. Mas como fazer isso na prática? (e nisso, desejo que este texto seja útil!) Como permitir às nossas crianças a real CONEXÃO?
Maria Montessori permitiu às crianças conectarem-se consigo mesmas, com o ambiente que a cerca mas também com o Cosmos (Educação Cósmica), com a grandeza da existência humana!
A criança (e mesmo o adulto!) que não tenha um senso de pertencimento, que não saiba de onde vem (História da Humanidade) nem para onde vai (perspectiva religiosa ou filosófica) e nem mesmo o que pode ser no aqui e agora não encontrará razões para viver de forma plena e feliz.
Quando permitimos à criança compreender que ela habita em um planeta no qual há uma diversidade imensa de povos, culturas, biomas e que ela mora em um país que é formado por diversas dessas culturas, e que criou assim a sua própria, estamos abrindo um mundo de reflexões em sua mente e oferecendo-lhe fragmentos do que na verdade ela é. Somos todos fragmentos de história. E essas nossas histórias interligando-se é o que gera a verdadeira conexão.
E sem mais delongas, como de forma prática oferecer mais vida (Educação Cósmica) e menos telas?
Sendo objetiva, para que meus leitores possam por em prática, trarei 3 formas de começar essa transição hoje!
Primeiro – Conte histórias reais! Crianças gostam muito de contos e fábulas, mas elas amam conhecer as nossas histórias. Onde estudávamos, quem eram nossos amigos, do que costumávamos brincar.
Segundo – Participem de uma comunidade! A família é o primeiro círculo social da criança, no entanto é importante o pertencimento a outro núcleo, isso promoverá o respeito às diferenças, às regras sociais e à colaboração. Grupos religiosos, ong’s… qualquer situação em que as crianças possam notar os adultos interagindo e tenham alguma liberdade de interação também, preferencialmente que não seja o ambiente escolar. É importante que seja um ambiente no qual as ações não girem em torno dela, mas do outro, de alguém que até mesmo ela não conheça.
Terceiro – Pratique o “eu estou aqui inteiro”! Todas as vezes que alguma criança se dirigir a você, desligue a tela (ainda que seja para dizer que naquele momento você está trabalhando, por exemplo, e que ela precisará aguardar) olhe nos olhos da criança e diga “Eu estou aqui, posso te ouvir”, talvez ela só deseje isso!
E pelas palavras da mestra:
“Para despertar o interesse das crianças pelo universo, não devemos começar lhes dando fatos elementares sobre ele com a intenção de fazê-las unicamente entender seu mecanismo, mas começar com noções muito mais sublimes de uma natureza filosófica, colocadas de uma maneira acessível, adaptadas à psicologia da criança.” (Maria Montessori – Para Educar o Potencial Humano)
Até nosso próximo texto! E espero que até lá, ao menos uma desses dicas tenham sido praticadas (por nós!) e a favor das nossas crianças!
[Texto produzido sem o auxílio de IA. Por uma escrita HUMANA e que fale ao coração! ]
Com o carinho e cuidado de sempre,
Jieli Brito
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