Juliana da Rocha tem 23 anos e é graduanda de Relações Internacionais na PUC-Rio. Leva consigo a experiência de bons anos de escola no Método Montessori. Confira!

´´Estudei na Meimei dos 12 aos 17 anos, fazendo lá o Ensino Fundamental 2 e o Ensino Médio. Foi algo extremamente positivo e transformador. Antes de encontrar a escola, já havia passado pelo ensino construtivista (infantil) e tradicional (parte do fundamental 1). Mas, foi no Método Montessori que realmente consegui sentir maior conexão com as disciplinas para além da obrigação acadêmica.

A integração das turmas misturando indivíduos de idades diferentes, e incluindo alunos com deficiência me fez ter maior escopo de sociabilidade, furando aquela bolha de “mesma turma até o final”.

Para além da escola, ter a oportunidade de desde a pré-adolescência conviver com pessoas diferentes acredito que tenha expandido minha visão de mundo, para além da faixa etária e convivendo e cultivando empatia por pessoas com histórias e cotidianos diferentes do meu.

No nível acadêmico, o método me ajudou, e com certeza continuará a ajudar, a pensar para além da forma convencional, despertando a curiosidade no estudo, e um verdadeiro fascínio por aprender coisas diferentes, seja em trabalho em equipe, que sempre foi muito presente na escola, seja gerindo minha própria autonomia com responsabilidade perante a liberdade que tínhamos ao escolher tópicos, apresentações e outros.

Em relação à vida, no meu entendimento, ela pode ser muito mais leve que a pressão e aceleração cotidianas. Para mim era muito claro que a Meimei buscava criar indivíduos críticos e adaptáveis, e principalmente, felizes com suas próprias escolhas. Nunca me senti pressionada para produzir incessantemente exercícios, nem me preparar para o vestibular como se não houvesse mais nada a ser vivido além disso.

Minha experiência foi gratificante na escola, e isso transpareceu para a minha família, que as vezes até achava engraçado o como eu amava a escola, não só por meus amigos estarem lá, mas também pela forma que eu podia apresentar trabalhos escritos, gravados, como teatro ou qualquer outra dinâmica pertinente. Organização e autogerenciamento de tempo foram muito marcantes, o que também transbordou para outros aspectos da minha vida, além do acadêmico.

Hoje, me sinto uma pessoa mais solícita na faculdade e mais aberta a trabalhos em grupo também, e divisão de tarefas é bem familiar para mim, como um modus operandi. Inevitavelmente foi mais natural para mim entender o meu papel ajudando em casa, na faculdade, e contribuindo para o todo, pois era muito normalizado na escola.

Em suma, sou muito grata ao corpo docente da escola, por fazê-la existir do jeito que é, e pelos meus pais, por a terem escolhido, isso foi com certeza grande influenciador de quem eu sou hoje. A educação teve esse papel central na minha vida, me ajudando (e não atrapalhando, pressionando e gerando dúvidas) a decidir o meu futuro, e entender o que eu gostaria de estudar, como eu gostaria de viver, e que tipo de indivíduo eu desejava ser.´´