Por Sonia Maria A Braga*
´´Montessori, a dama italiana, quando concebeu seu trabalho educacional, não poderia imaginar que sua proposta ultrapassaria os muros da escola criada em San Lorenzo, Roma, e as fronteiras da Itália.
Maria Montessori foi uma visionária, percebeu as necessidades dos alunos, numa sequência: a criança pequena, seu primeiro movimento e, aos poucos, foi acrescendo observações e ideias que abraçaram a adolescência. Seu trabalho gerou pesquisas e ensaios posteriores a ela mesma. E, nos últimos tempos, o idoso tem sido motivo de estudos e concretizações inspiradas em seu trabalho.
Deixou desenhada uma proposta educacional tão profunda, que exige que nós, seus seguidores, estejamos sempre estudando, pesquisando, aprofundando os conhecimentos que sustentam as bases de seu trabalho, nas ciências que oferecem informações sobre o desdobrar das fases da vida do Homem, como um ser global e universal.
Esta sábia senhora deixou registrada sua intenção de que seu trabalho deveria estar sempre sintonizado com a evolução científica sobre o ser humano. Uma metodologia, uma pedagogia, com estrutura na Psicologia, na Filosofia, foram seu ponto de partida. Mas, sobretudo seu olhar cuidadoso e carinhoso para o educando.
Atualmente, a neurociência cognitiva vem confirmando toda a proposta de Maria Montessori. A riqueza da sala de aula Montessori é a fonte de alimentação e abastecimento do cérebro.
O ambiente escolar proposto conjuga aspectos indispensáveis: materiais concretos que facilitam o processo de aprendizagem, atendendo, inicialmente, aos anos em que os sentidos são o veículo mais importante de assimilação de conceitos, que descortinam o conhecimento dos detalhes e riquezas do mundo e do Universo.
No entanto, Montessori seguiu adiante suas observações e pesquisas, avançou pela adolescência, identificando novas necessidades no “novo ser.
Ambiente que atrai, que desperta curiosidade, que gera desejo de conhecimento, que mantém o interesse em descortinar informações. Criou e aperfeiçoou materiais, com a finalidade de que “dessem início” a um processo de chegada ao universo de conhecimentos.
Indispensável destacar que, além do acervo de materiais que estimulam e facilitam a aprendizagem, Maria Montessori destacou a importância de um profissional qualificado. Para isso, o educador deve seguir os cursos de formação sérios que o levem a dominar este “novo mundo” Montessori. Muito estudo é indispensável.
No Brasil, datam dos primeiros vinte anos do século XX as experiências brasileiras com o Método Montessori, no sul do Brasil. Hoje já podemos afirmar que temos consolidadas escolas que desenvolvem, seriamente, a educação Montessori, em todo o território nacional.
Nos cinco continentes, podemos constatar o movimento forte de educação, baseado nos princípios Montessori.
Um movimento que permite, periodicamente, estarmos em contato com pessoas de diversas culturas e etnias, dedicadas ao estudo e à prática Montessori.
Neste ano de 2023, no Brasil, teremos mais um Encontro Nacional de Associados à Organização Montessori do Brasil (OMB), a realizar-se na cidade de Farroupilha, RS. Em breve, um Congresso Internacional, que já está se formatando.
À nível internacional, ainda em 2023, temos Encontro Europeu, em Amsterdam, e um grande Congresso Internacional, que acontecerá na Tailândia. É Montessori abraçando todas as crianças, os jovens e os adultos do mundo todo.
Montessori trouxe sua mensagem, que marcou época e continua a ser atual: eduquemos pela paz, para a PAZ Internacional. Estreitemos nossos laços pela garantia de um mundo melhor.
*Sonia Maria Alvarenga Braga é diretora Pedagógica de Meimei Escola Montessoriana; diretora do Centro de Treinamento Montessori Rio de Janeiro (CTM). Foi presidente da Organização Montessori do Brasil por dois mandatos e tem um extenso currículo ligado à pedagogia, à educação e ao Método Montessori.
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