´´Olá, sou Aléxia Nogueira, mãe da Ravena, de 3 anos. Moramos em Porto Velho, Rondônia. Conheci o Método Montessori ainda na gestação, através de um vídeo da Giulia Zon, que meu esposo me mostrou. Me apaixonei de cara e então pesquisamos um pouco e nos apaixonamos ainda mais. Decidimos que queríamos praticar o Montessori em casa assim que Ravena nascesse.
Ravena nasceu prematuramente e foram 101 dias de UTI Neonatal. Ainda nos primeiros dias teve o diagnóstico de cardiopatia congênita com possível encaminhamento para cirurgia cardíaca. Com cinco meses foi a São José do Rio Preto-SP fazer a cirurgia. Ficamos eu e ela por 40 dias no hospital e saímos com o diagnóstico de uma síndrome raríssima, a Síndrome Pentassomia do X.
Com 11 meses ela começou a fazer Fisioterapia, com fisioterapeuta, em casa. Mas ela tinha muita sensibilidade tátil, comportamentos explosivos: jogava tudo fora ou colocava tudo na boca, e chegava a se machucar. Entendia os comandos, mas se negava a fazer. E a equipe médica e terapêutica a encaminhou para avaliação comportamental. Chegamos a fazer alguns encontros, mas Ravena não se adaptou.
Decidi então conhecer mais do Montessori, pesquisando bastante. Inclusive já li o Blog Montessori diversas vezes, já me ajudou bastante. Tive também um encontro virtual com a Giulia, me abriu bastante a mente.
Com 22 meses comecei a introduzir o Montessori aqui em casa, começando pelo espaço que ela já tinha. Doei todos os brinquedos que ela tinha. Todos deixavam ela passiva e hiperestimulada com os sons, brilhos e botões… mil botões coloridos. Uma mesinha da altura dela, uma estante. E no aniversário de dois anos optamos por fazer lista de presentes e assim conseguimos direcionar para materiais Montessori.
Desde que começamos a praticar o Montessori a Ravena evoluiu muito, absurdamente. E nós como pais mudamos muito nossa mente sobre o desenvolvimento infantil, e principalmente desenvolvimento de criança com deficiência. Ainda há o atraso motor e da fala, mas ela compreende tudo, ela mesma toma atitude de fazer seja na rotina da casa, como em atividades.
Eu adapto tudo para ela, que por conta da síndrome é bem pequena para uma criança de três anos. Tem baixo peso, mãos e pés pequenos. Pesquiso bastante sobre as atividades e alguns materiais infelizmente não tem como ela usar porque não cabe nas mãos dela. Mas tento fazer a atividade acontecer comprando materiais menores, se possível. E por conta dessa condição acaba que as atividades que mais conseguimos realizar são as Atividades Sensoriais e Atividades de Vida Prática.
Ravena ia usar vários aparelhos terapêuticos, mas sua evolução foi tamanha que os terapeutas disseram que não é mais necessário. Ela precisava de um andador, mas não cabe no menor modelo terapêutico que existe. Mostrei a opção do Carrinho Montessori da Smirna, e como em casa ela já empurra cadeira, a Fisioterapeuta liberou o uso.
Quanto a parte da fala, utilizo muitos livros! Leio bastante para ela e todo feedback das sessões de fonoterapia eu adapto em casa para incluir o Montessori, com imagens reais de objetos, animais, lugares e miniaturas.
Sou feliz por ver toda evolução dela, por aprender a cada dia sobre esse método que é incrível e que dentro da nossa realidade atípica vem dando cada dia mais certo.“
Acredito que uma das coisas que mais fez diferença no método para nossa realidade foi e é a observação, sei que toda família observa seus filhos, mas observar de uma forma mais limpa cada movimento, fez com que eu também visse minha maternidade de uma outra forma, me sentindo mais segura como mãe, me livrando de palpites, de culpas que eu botava em cima de mim mesma. Isso fez com que eu começasse a ver o que faltava para ela evoluir, e assim junto com os terapeutas alinhas uma terapia totalmente voltada a ela.
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