Andressa Rompkovski é bióloga de formação e foi pesquisadora por uma década, mas optou por abrir de suas atividades na Biologia para exercer, e, sua plenitude, a profissão de mãe quando seu filho nasceu. Hoje, aos 39 anos, ajuda outras famílias a adotar o Método Montessori como filosofia de vida. Confira!
Meu primeiro contato com Montessori foi durante a gestação. Eu e meu esposo sentamos para conversar que tipo de educação queríamos para o nosso filho. Foi quando começamos a pesquisar os móveis e vimos aquela cama Montessori. A gente se encantou bastante com ela justamente pela questão da liberdade que ela proporcionava à criança. Isso fez que fôssemos atrás do método já que nunca havíamos sequer escutado falar dele. Fomos pesquisar, estudar e começamos a gostar da filosofia Montessori, a questão da independência da criança, o auto controle que ela tem…
Isso nos atraiu muito, principalmente a questão do respeito pela criança. A partir disso eu comecei a ler muito e em 2017, quando meu filho nasceu, tive a oportunidade de fazer a minha primeira formação no Centro Educacional Menino Jesus, em Santa Catarina. Ali, neste meu primeiro contato, com a formação 3-6 anos, tive a oportunidade de me aprofundar tanto na filosofia quanto na pedagogia montessoriana. Depois disso acabei fazendo formação 0-3 anos.
Aí acabamos entrando na pandemia e com ela veio a possibilidade de fazer tudo isso online. Aliás, isso foi um grande benefício da pandemia, fazer estas formações online. E eu aproveitei a oportunidade e fiz várias, inclusive a da ABEM, e outras que apareciam como Lar Montessori, Despertar Montessori… Várias escolas passaram a fazer isso e eu me aproveitei deste momento para me aprofundar ainda mais.
Eu não fiz formações para ir para alguma escola, embora meu objetivo inicial fosse abrir uma a pandemia ainda não permitiu isso. Mas isso acabou me abrindo outro horizonte e comecei a fazer home schooling com meu filho adotando o Método Montessori. Confesso que no início foi um pouco difícil adotar a pedagogia Montessori em casa, não pela pedagogia em si, mas pela compreensão que precisei ter do meu filho para melhor abordá-lo e para que o método funcionasse.
Foi uma experiência diferente, por que dentro de uma escola as crianças trabalham muito pela observação. Elas observam os outros fazendo e fazem. Em casa não há esta observação. O adulto tem que fazer este papel e sempre propor uma atividade para a criança, para que ela possa desenvolver. Este foi um desafio! O outro foi entender meu filho, seu temperamento, a melhor forma de abordá-lo para as atividades. Tudo isso foi bem desafiador, até que eu pegasse o jeito e atraí-lo para o uso dos materiais.
Em contrapartida, o fato de eu ter a formação em Montessori fez com que dentro de casa eu desse a ele uma liberdade muito maior. Desde pequeno ele foi introduzido num processo de autonomia. A cama dele era no chão, aqui adaptamos cadeiras ara ele ter acesso à pia do banheiro, da cozinha… Sempre incentivando, como na hora do desfralde, com o redutor de vaso sanitário, um mictório e muito mais para incentivar sua autonomia. Este processo da vida prática foi muito fácil de introduzir em casa, justamente esta autonomia da criança. As formações me propiciaram isso, fazer com que eu soubesse observar e saber o momento certo do desfralde, dele trocar de roupa sozinho, escovar os dentes, usar os talheres, copo de vidro, arrumar e desarrumar a mesa. E foi muito bom, por que as atividades da vida prática sempre chamaram muito a atenção dele.
Tudo isso se reflete agora no processo de alfabetização. A base fez com ele se desenvolvesse bem na alfabetização. Ele tem uma pega perfeita, uma concentração muito boa, é uma criança que se concentra, que tem foco e atenção no que está fazendo. É muito criativo e muito desenvolvido em sua psicomotricidade. Tudo isso são benefícios que já colhemos do que fizemos até aqui.
A questão da pandemia, do isolamento, não nos afetou muito. Moramos numa casa, meu esposo já fazia home office, a questão do home schooling… Não tivemos maiores problemas e passamos de forma muito tranquila, nem tanto pela questão do Montessori, mas pelo nosso estilo de vida. Mas acredito que se as pessoas se permitirem compreender um pouco mais o Método Montessori, elas acabam sendo pessoas melhores para seus filhos. Acho que hoje o grande problema da educação são os pais, que às vezes não se interessam de compreender a criança, suas necessidades. Eles não têm mais o tempo de sentar e observar seus filhos por que estão sempre na loucura do dia-a-dia.
Então acredito que se os pais se permitissem aprender nós teríamos um ambiente muito mais tranquilo dentro da própria casa. Teríamos crianças mais centradas, mais independentes, mais autônomas. Estes são os principais benefícios de Montessori. Claro que há muitos outros, até na área educacional. Mas digo que em relação à casa estes seriam os frutos colhidos se os pais tivessem esta mudança de paradigma e estudassem um pouco mais.
Organização e produção de texto, Paulo Prudente
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