Este é o telaio de colchetes de pressão, componente do enxoval da área de Vida Prática. Hoje ele nos inspira para uma reflexão que ultrapassa sua bela aparência.

“[A criança] deseja agir por sua própria vontade, isto é, quer transportar coisas, vestir-se, despir-se sozinha, comer por si, etc., e isto não é efeito de sugestões nossas que a estimulem. Ela tem em si um tão vital impulso que os nossos esforços são geralmente despendidos, ao contrário, em distrai-la de agir” (MONTESSORI, [1959?], p. 79-80).

E a criança poderá fazer tudo que seu desenvolvimento permitir, desde que em seu ambiente ela tenha a possibilidade e a liberdade para tal. Após ser apresentada a um trabalho, como o de abrir/fechar colchetes de pressão, ela pode fazer relações com seus objetos do cotidiano e seguirá praticando o que observou, com o máximo de detalhes que foi capaz de se ater no momento. Pois, para a criança o processo é mais importante do que o resultado final, ela detém maior atenção ao que é para ser feito e suas mãos trabalharão arduamente, apresentando satisfação e concentração. E é por esse motivo que:

“O primeiro instinto da criança é agir sozinha sem a ajuda de outrem, e o seu primeiro ato consciente de independência é defender-se dos que procuram ajudá-la” (MONTESSORI, [1959?], p. 81).

Será que, enquanto adultos em eterna preparação, estamos proporcionando que esse instinto possa emergir naturalmente?

Todos temos nossos processos evolutivos e de despertar, sendo assim, não há errado, há a boa intenção, a qual pode ser refinada tanto quanto possível com nossos semelhantes. Deixemos a culpa de lado e que possamos nos acolher uns aos outros de maneira positiva, no fito de proporcionar às novas gerações maior independência e autonomia, principalmente para agir e se expressar.

Uma parceria com Luiza Destefani (@SerMontessori)