A história do Colégio Monteiro Lobato, de Camapuã-MS, começou há pouco mais de 30 anos. Em outubro de 1988 a pedagoga Darcy Rodrigues Machado Borges decidiu que daria um ensino de qualidade a seu filho Gustavo, que acabara de entrar na idade escolar.  Fundou a escola no fundo do quintal de sua casa e logo viu a unidade de ensino tornar-se referência na cidade.

“Nossos alunos saem bem alfabetizados e preparados para seguir os estudos, até que ingressem em boas universidades”, lembra Cibele Machado, filha de Darcy e que hoje dirige a escola.

Alguns anos depois, Jurandir Alves Machado, irmão de Darcy, ajudou-a a construir a nova sede do colégio, em terreno próprio. O método de ensino ainda era o tradicional, com o Sistema Positivo de Ensino. Mas foi em 2015 que a filosofia Montessori cruzou o caminho do Colégio Monteiro Lobato. Cibele, que é farmacêutica-bioquímica, acabara de matricular no colégio o filho Breno, de 3 anos, para seu primeiro ano letivo. A confiança no colégio era total, mas Cibele queria mais.

“Queria que ele tivesse ainda mais qualidade no ensino. Minha sogra, Eliza Dias de Pinho, dirige o Colégio Montessori de Campo Grande, e com seu estímulo e ajuda adotamos na sala do Breno o Método Montessori. E me interessei cada dia mais por esta metodologia. É tão apaixonante que eu comecei a ler muito a respeito. O resultado é que em 2016 ingressei na faculdade de Pedagogia”, conta Cibele, que hoje, além de Breno, tem a filha Laís, nascida em 2016, e as sobrinhas desfrutando do Método Montessori.

 

Uma história que ainda está sendo escrita. E cabe ao pequeno Breno, hoje no quarto ano do Ensino Fundamental, abrir cada novo capítulo desta história.

“A cada ano, a série que Breno vai cursar ganha uma sala de aula montessoriana”, conta Cibele, lembrando que o colégio dobrou o número de alunos em relação a 2017, saltando de 125 para 250, e que há fila de espera, já que o colégio tem limite reduzido de alunos em cada turma.

E o foco está mesmo longe de ser na quantidade. Segundo Cibele, a cidade de Camapuã abraçou o Método Montessori e o colégio retribui buscando cada vez mais qualidade no ensino. Atualmente, o Monteiro Lobato é parceiro do Colégio Montessori de Campo Grande, utilizando suas mesmas apostilas.

“Hoje, nossos professores participam de cursos no Montessori Campo Grande e se reúnem para debater e planejar frente ao método e apostilas da ABEM da Talita de Almeida. Fazemos sempre o máximo para termos qualidade e melhorias a cada dia”, explica Cibele.

Difícil para quem trabalha com o Método Montessori é apontar um ou outro aspecto de destaque no dia-a-dia com as crianças. Mas o material utilizado é um deles, como explica Cibele.

“O material concreto para o aluno entender de forma mais clara o conteúdo proposto antes de seguir para a abstração. É muito seguro para o educador usar o material montessoriano por que ele não é algo aleatório. Foi minuciosamente estudado e de eficácia comprovada por Maria Montessori, que explica cada passo de como trabalhar com esse material com os alunos. É um ensino padrão em todo o mundo”.

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Trabalhar os estímulos sensoriais com a criança e ao mesmo tempo mostrar-lhes as questões práticas da vida também tem sido um prazer para Cibele, que acaba tendo a chance vivenciar tudo com o pequeno Breno, hoje com nove anos.

“Ver a criança aprender a lidar com a vida prática, ter responsabilidade, ter liberdade com limites, ser educada, respeitar os colegas, os professores e a natureza. Para isso, até a forma de lidarmos com a criança em sala é diferente: precisamos abaixar e conversar com eles olhando em seus olhos e respeitando-o como um ser humano que merece essa atenção e cuidado para assimilar e compreender seus erros. Nós, os adultos temos que ter humildade para entendê-los e atendê-los. É uma educação para a vida!”, explica Cibele.

E ela, no contato com o filho Breno, confirma na prática o que aprendeu estudando a Filosofia Montessori.

“Muitas pessoas acham que nós só brincamos com os nossos alunos e que só ensinamos coisas desnecessárias. Mas quando mostramos sua ampla e aprimorada coordenação motora, o rico vocabulário, a alfabetização com boa assimilação do conteúdo, leitura e escrita, provamos que nada em uma sala montessoriana é brincadeira, mas sim um trabalho baseado em muito estudo e digno de respeito”, completa Cibele.

 

Reportagem e texto de Paulo Prudente, Jornalista.