Não raro encontramos ambientes muito bem preparados embasados na teoria montessoriana e este fato provém de intencionalidades específicas, dentre elas a promoção da atividade, liberdade e limites às crianças que são inseridas nesse local. A atitude do adulto preparado é determinante para que todos os aspectos citados sejam efetivos e coerentes, para tanto a indicação de Montessori ([1949?], p. 218) é que o/a guia deve “manter-se silenciosa e quieta, numa expectativa paciente, quase se retraindo para anular a própria personalidade, para que o espírito da criança possa ter campo onde se expandir livremente”.
A oferta de trabalhos que seduzam o interesse de cada criança que ali está será a peça chave para conduzi-las espontaneamente à disciplina, por meio dessa liberdade de atuação no ambiente (guardadas as possibilidades de cada uma) os limites ficam cada vez mais implícitos. Montessori (2015) coloca o conceito de Horme para que possamos compreender a importância de ser um adulto preparado e atento à classe, pois a define como uma energia cósmica, nos meandros da evolução e desenvolvimento. Assim, só poderemos tocar cada criança após compreender a amplitude do horizonte íntimo e das particularidades de cada personalidade que emerge em nossas classes, evitando os famosos prêmios, castigos e o uso da voz elevada, suas funções são, principalmente:
Vigilância geral e lições individuais, dar com exatidão, são dois meios com os quais a professora pode ajudar no desenvolvimento da criança. Neste período deverá cuidar de nunca virar as costas à aula enquanto se ocupa de cada aluno individualmente. A sua presença deve fazer-se sentir por todas aquelas pequenas almas divagantes em procura de vida. (MONTESSORI, [1949?], p. 224).
A intervenção e/ou interrupção do/a guia para com a criança deve acontecer somente no sentido de preservar a segurança de todos e nas ações que possam degradar os materiais. Isso lhe confere coerência nesse ambiente e inspira admiração dos petizes.
Referências bibliográficas:
MONTESSORI, M. Mente Absorvente. Tradução de Pedro da Silveira. Rio de Janeiro: Portugália, [1949?].
MONTESSORI, M. Educação para um mundo novo. Tradução do original em língua inglesa: Sonia Maria Alvarenga Braga. Bragança Paulista: Editora Comenius, 2015.
Referência das imagens:
Com adulto: br.depositphotos.com
Bebês: Arquivo da Smirna
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