O método Montessori é complexo, completo, porém muito objetivo. A beleza do trabalho de Montessori já se estende por mais de 150 anos e, apesar de aplicação tímida no cenário nacional, é um método presente há bastante tempo em muitos países.

Sendo assim, não é tarefa fácil “resumir” o método, mas nesse texto você vai encontrar os princípios básicos que norteiam o trabalho de Montessori numa abordagem simples e clara. Esperamos inspirar você a continuar seus estudos sobre o método para cada vez mais e juntos promovermos uma educação mais consciente para nossas crianças.

AS BASES DO MÉTODO MONTESSORI

Você poderá encontrar listas maiores que esta, mas para hoje vamos começar com os três pilares principais:

  • AMBIENTE PREPARADO

  • ADULTO CONSCIENTE

  • CRIANÇA EQUILIBRADA

AMBIENTE PREPARADO

O método Montessori baseia-se na observação metódica dos alunos e para isso as crianças precisam ter liberdade de expressão para revelar suas qualidade e necessidades, o que só pode ocorrer em um ambiente propício à atividade espontânea.

Montessori foi a primeira pedagoga a estudar e providenciar uma mobília escolar que fosse proporcional às crianças, então se hoje temos pequenas mesas e cadeiras nas salas de aulas infantis certamente foi por obra dela.

É comum, com a chegada de uma criança na família, prepararmos a casa do sentido da segurança do novo membro: instalamos protetores nas tomadas e nas quinas das mesas, calços nas portas para que ela não machuque os dedos. Todas atitudes muito válidas, temos que admitir. Mas hoje, diferente dos tempos de nossos avós, a casa precisa se adaptar à criança e não o contrário! 

Aquele bebê, agora e por muitos anos, será um legítimo morador daquela casa! Então a casa, assim como as escolas montessorianas, deve possuir móveis proporcionais às dimensões da criança, espaços próprios para suas atividades e liberdade para agir assim como todos os adultos também tem. 

Tudo no ambiente deve inspirar a criança a conquistar sua independência, à medida que a criança avança por esse caminho, suas manifestações espontâneas far-se-ão límpidas, revelando sua própria natureza (A descoberta da Criança, pg. 60). Ou seja, a criança poderá ser quem ela é e não o que queremos que ela seja.

ADULTO CONSCIENTE

Para fins desse estudo, o adulto consciente é todo pai e mãe, professor ou cuidador. Seu trabalho é como o de um guia: um guia não instiga nem estanca; satisfaz-se com sua tarefa ao indicar a esse valioso peregrino, que é a criança, o caminho certo e seguro (A descoberta da Criança, pg. 166).

Ou seja, o papel do adulto é orientar a criança nas suas vontades, indicando o que é certo ou a maneira correta ou segura de fazer, mas sem inibir as ações da criança. Além disso, o adulto consciente é uma pessoa de olhar refinado, apto a perceber os pequenos sinais que a criança nos dá e usar esses sinais para promover o melhor desenvolvimento dela. 

Ainda em próximos textos, a importância desse olhar observador ficará mais clara quando falarmos dos Períodos Sensíveis e Planos de Desenvolvimento. 

O adulto consciente sabe que não é ele o construtor da criança, apenas seu guardião, e que ela não é um recipiente vazio, um objeto a ser enchido e modelado. A criança traz dentro de si a chave de seu próprio enigma individual, as diretrizes de desenvolvimento (O Segredo da Infância, pg.50). 

CRIANÇA EQUILIBRADA

Pode ser duvidoso até ver com os próprios olhos, mas quando a criança tem esse conjunto de condições  favoráveis (ambiente e adulto preparados) ao seu desenvolvimento fica claro perceber uma criança mais tranquila e alegre. Abre-se então uma nova natureza humana, com tanta clareza que suas características normais se impõem como uma indiscutível realidade (O Segredo da Infância, pg. 247).

Reduzem-se consideravelmente (para não dizer extinguem-se!) os episódios de “birras”, os movimentos destrutivos ou, ao contrário, a apatia. Dando lugar para atitudes zelosas, para a concentração e para o desenvolvimento e aperfeiçoamento do caráter.

Texto por: Larissa Serqueira e Thaisa Maia